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Sua pele já afetou seus relacionamentos?

Alguma vez você já se olhou no espelho e, pelo fato de estar com acne, se sentiu desmotivado a sair de casa e encontrar outras pessoas?

28 de Mar, 2024 1 comentário
cravos e espinhas

Parece besteira, mas isso acontece com mais frequência do que se pensa.

Em toda interação social, quando entramos em contato com uma pessoa, seu rosto (e em consequência, a sua pele) são as primeiras coisas que enxergamos. Por estar envolvida no próprio processo de socialização, a aparência da pele afeta diretamente a autoestima e a autoconfiança das pessoas. 

Sabe aquela festa que você deixou de ir porque estava com muitas espinhas? 

Aquela oportunidade que você deixou de aproveitar por estar envergonhada ou envergonhado sobre a condição atual da sua pele? 

Até mesmo oportunidades de trabalho muitas vezes podem ser perdidas pela baixa autoconfiança que a acne traz.

É normal que a nossa pele afete a nossa autoestima e autoconfiança quando estamos lidando com alguma doença de pele. Mas, quando esse impacto fica muito grande, e as consequências podem trazer riscos profundos à nossa saúde mental, é fundamental procurar ajuda.

Mais abaixo, vou colocar um passo a passo para você se auto-avaliar e entender se é o momento de buscar ajuda.

E em quem o impacto da acne é mais profundo? 

As mulheres e os adolescentes são os grupos mais impactados pela acne, devido às características e exigências impostas a eles. 

Durante a adolescência, nós desenvolvemos a nossa personalidade, descobrimos os nossos gostos e preferências, passamos a participar de diversos grupos sociais e nos preocupamos com a opinião dos outros, ao mesmo tempo em que o nosso corpo passa por alterações hormonais que facilitam o surgimento da acne.

E a nós, mulheres, é exigido um padrão estético inalcancável que se estende às características do rosto e da pele.

Somado a isso, as redes sociais são consideradas fatores de risco (psicológico) para quem tem acne, já que passamos boas horas do nosso dia olhando imagens e vídeos com filtros e edições, o que  fez com que a gente passasse a sentir que todo mundo tem uma pele perfeita, e que a nossa pele, a pele REAL, seja "imperfeita". 

Afinal, o que seria uma pele real?  

Uma pele real possui poros, linhas de expressão, rugas, manchas, cicatrizes e muitas vezes, acne.

Todas essas características são normais, mas as redes sociais, publicidade, e a sociedade como um todo reforçam o contrário, nos oferecendo todos os tipos de produtos e procedimentos para tratá-las.

 

É preciso ter discernimento para decidir o que de fato te incomoda e o que é exigência dos outros. 

É sabido que nossos gostos são moldados pela sociedade, mas é preciso estar alerta quanto ao que você realmente gostaria de melhorar em sua pele e o que está sendo imposto a você. 

Mas como saber a diferença?  

Um exercício para descobrir isso é observar o quanto sua pele real (sem nenhum produto que a modifique) é exposta aos outros:

  • Você consegue sair de casa sem maquiagem?

  • Consegue ficar em casa com seu parceiro amoroso sem uma base ou um corretivo? Consegue postar fotos em redes sociais sem nenhum filtro? 

  • Consegue conversar com as pessoas sem se preocupar se uma espinha, marca ou cicatriz está à mostra?

Essas são algumas perguntas que podem te ajudar a avaliar a importância que a aparência de sua pele tem em sua vida. 


Existem alguns sinais que indicam que a sua pele (e mais especificamente, a acne) está afetando a sua vida e é hora de buscar ajuda especializada:

  1. discursos negativos, como “eu nunca vou conseguir me curar!”, “eu odeio a minha vida”, “minha pele é horrível”, “ninguém nunca vai gostar de mim com essa pele!”

  2. sentimento constante de desesperança, irritabilidade, dificuldade em interagir com as pessoas, isolamento social, comportamentos impulsivos (como o skin picking) e;

  3. Em casos mais graves, ideias e discursos suicidas.



Por que o trabalho com o psicólogo é tão importante para a pessoa acometida pela acne? 

O tratamento da acne normalmente é longo, estendendo-se por meses e até mesmo anos, e as melhoras visíveis podem demorar a aparecer. O psicólogo pode auxiliar seu paciente a passar pelo tratamento de forma menos custosa por meio de algumas estratégias:

  1. Através da escuta, isto é, acolher as queixas daquela pessoa de forma empática, sem julgamentos e com o propósito único de ajudá-la a passar por aquele processo;

  2. Por meio da psicoeducação, que consiste em explicar as etapas do tratamento e o tempo necessário para que os resultados sejam observados;

  3. Construir junto ao paciente uma autoestima que não se limite à aparência de sua pele, reforçando outras áreas de sua vida (lazer, relacionamento interpessoal, carreira, estudo etc.);

  4. Ensino de estratégias para momentos de crise e comportamentos impulsivos (técnicas de respiração, mudança de foco etc.);

  5. Incentivar o paciente a interagir com outras pessoas acometidas pela acne, para trocar informações, experiências, sentimentos etc.;

  6. E encaminhar o paciente a um médico psiquiatra caso haja a necessidade de uso de medicamentos.

É mais do que urgente desconstruir crenças irreais sobre pele e acne pois não existem peles perfeitas. Sabemos do uso exagerado de filtros nas redes sociais, por isso JAMAIS SE COMPARE! Procure sempre ajuda, e conte com a gente.

Fica à vontade para compartilhar a sua história aqui nos comentários, e se quiser contar a sua história inteira, é só nos enviar um e-mail. O que a gente mais ama é contar histórias da nossa comunidade, sobre qualquer questão relacionada à pele.


Não sei se você sabe, mas o "journaling, ou o registro diário das nossas emoções é uma técnica que também pode auxiliar muito a colocar para fora aquilo que às vezes não nos sentimos confortáveis em falar com alguém. Você pode tanto escrevê-los em um diário pessoal e guardar com você, quanto escrever para compartilhar em um ambiente onde você se sinta segura, ou seguro. É uma preparação para você falar sobre isso.  

Certamente você vai superar essa fase com menos impacto e recuperar sua autoestima, tenha confiança no processo. E estamos aqui também, para te ajudar em cada passo dessa jornada 😉

Andresa Bibiano Psicóloga e mestra pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Aficionada pelo estudo do comportamento humano. Nas horas vagas, assiste resenhas sobre cosméticos e adora comprar e testar novos produtos. Com pesquisa e autoconhecimento, chegou a ótimos resultados no tratamento de sua pele acneica. Seu objetivo é compartilhar conhecimento com quem precisa e conscientizar sobre a importância da psicoterapia.

1 comentário

18 Abr 2024 lisa

Me senti acolhida pela matéria, incrível!

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